Haddad se reúne com Lula para discutir cortes de gastos
- Fato Zero Notícias
- 21 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de nov. de 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontra nesta quinta-feira (21) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para debater o aguardado pacote de cortes de gastos do governo. Entre as principais medidas em estudo estão mudanças no salário mínimo, na previdência de militares, e no abono salarial.

O que está em discussão?
O objetivo do pacote é conter despesas e garantir o cumprimento das regras fiscais previstas pelo arcabouço fiscal, que prevê um déficit zero em 2024 e 2025. Para isso, o governo estuda medidas que possam controlar o crescimento dos gastos obrigatórios e liberar espaço para investimentos públicos .
Entendimento ou arcabouço fiscal:
Os gastos públicos têm um limite de crescimento anual de 70% da alta da receita e não podem ultrapassar 2,5% acima da inflação.
O governo pretende incluir mais despesas nesse teto por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).
As medidas discutidas incluem:
1. Mudança sem reajuste do salário mínimo
Atualmente, o salário mínimo é corrigido pela inflação mais o crescimento do PIB. O governo planeja um aumento real de 0,6% a 2,5%, abaixo dos 2,9% projetados pela fórmula atual.
2. Pente-fino no BPC e Bolsa Família
BPC: O INSS estuda a exigência de biometria para reduzir fraudes sem benefício de prestação continuada.
Bolsa Família: O foco combaterá irregularidades em famílias unipessoais que declaram morar sozinhas.
3. Previdência de militares
Elevação progressiva da idade mínima para uma reserva remunerada de 50 para 55 anos.
Fim da “morte ficta”, pensão paga a famílias de militares expulsos.
Aumento da contribuição ao fundo de saúde para 3,5% dos salários até 2026.
4. Nova regra para o abono salarial
A proposta reduz o limite de renda para acesso ao abono salarial de dois intervalos mínimos para 1,5 salário mínimo.
5. Fim dos supersalários
Estuda-se cortar vencimentos acima do teto do funcionalismo, incluindo benefícios extras (penduricalhos).
Por que cortar gastos é essencial?
Sem cortes, o arcabouço fiscal pode ficar inviável, colocando risco na estabilidade das contas públicas e pressionando a dívida do setor público. Os analistas alertam que as despesas obrigatórias, como a Previdência, estão comprimindo recursos para políticas públicas essenciais, como:
Bolsas de estudo
Farmácia Popular
Fiscalização ambiental
O Tribunal de Contas da União (TCU) prevê que, se nada for feito, o espaço para esses gastos pode desaparecer, paralisando a máquina pública.
Consequências do risco fiscal
Alta da dívida pública: A ausência de controle sobre os gastos pode aumentar ainda mais a dívida pública, que já é elevada para os padrões de países emergentes.
Pressão inflacionária: O aumento de despesas é relatado pelo Banco Central como fator de risco para a inflação.
Impactos no mercado: A incerteza fiscal já está refletida no aumento do dólar e dos juros futuros.

Quando as medidas serão anunciadas?
As decisões finais dependem da reunião entre Lula e Haddad, além de decisões envolvendo o Ministério da Defesa. O anúncio pode ocorrer ainda na semana ou, no máximo, nesta próxima.
A aprovação das propostas no Congresso será crucial para garantir a sustentabilidade das contas públicas e evitar o colapso do arcabouço fiscal.
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